Uma planta voraz
Em casa ou no escritório, as plantas são elementos importantes para o nosso bem estar. Dão cor, frescura, melhoram a qualidade do ar, estimulam a criatividade e, segundo estudos recentes, trabalhar num escritório decorado com plantas aumenta a produtividade e contribui para a diminuição do stress em cerca de 12%, fazendo com que todos trabalhem mais felizes.
Cá por casa o espaço não é muito, por isso vamos optando pelas plantas de interior, acabam por se manter mais bonitas durante mais tempo e não precisam de grandes cuidados. Já a andávamos a "namorar" há cerca de um ano, até que em Setembro decidimos comprá-la. Foi uma decisão mais demorada porque é uma planta carnívora, são mais sensíveis e obrigam a mais cuidados, mas têm sido 4 meses muito engraçados a tratar dela.
A planta escolhida foi a "Dionaea muscipula", ou abreviando e traduzindo, Dioneia. É uma planta carnívora nativa dos pântanos do Sudeste dos Estados Unidos e é uma das poucas espécides de plantas que conseguem fazer movimentos. As folhas são compridas e nas pontas têm uma armadilha que é usada para caçar pequenos insectos dos quais extraem o nitrogénio de que necessitam. A armadilha assemelha-se a uma mandíbula com longos "dentes" nas extremidades e com o interior num tom avermelhado. Esta armadilha segrega um néctar para atrair os insectos e tem pequenos pêlos sensitivos que detectam a presença do insecto, assim quando pelo menos dois pêlos são accionados a armadilha fecha-se numa fracção de segundos.
Quanto aos cuidados a ter, não deve ser plantada em terra, deve ser uma mistura de turfa ácida (pH < 7 e consegue-se em casas especializadas ou por vezes pelo OLX), deve ser mantida sempre com o solo húmido e de preferência em locais de bastante luminusidade, cá por casa vai rodando as janelas todas para aproveitar o sol ao máximo. Em relação à "carne", não deve ser alimentada com insectos mortos ou pedaços de carne, deve deixar-se que ela os apanhe.
A água da rega é um ponto muito importante, deve ser água da chuva, agua desmineralizada ou água destilada. Optámos por aparar alguma água da chuva, filtrámos e armazenamos em garrafões de 5 litros e pelo aspecto, a nossa tem adorado!
Um último cuidado para o qual nos alertaram bastante, foi o de cortar o caule floral, devido ao alto consumo energético que induz à planta. No entanto optámos por não o cortar, por curiosidade e porque notámos que continuava saudável e com energia. O caule cresce bastante, o da nossa Dioneia tem cerca de 30cm e na extremidade tem sete flores brancas, apesar de simples são bastante bonitas, como podem ver nas fotos em baixo.
Apesar destes cuidados todos, é uma experiência muito diferente das outras plantas, esta é muito dinâmica, nota-se o crescimento dela de um dia para o outro, além da velocidade com que a água que lhe colocamos desaparece, parece um autêntico animal de estimação!